O aumento no número de casos para alergia ao leite de vaca, ou intolerância à lactose, bem como a redução do consumo de produtos e derivados animais, têm refletido no crescimento da busca por bebidas vegetais.
Embora essas bebidas sejam comumente conhecidas como “leite vegetal”, a terminologia leite deve estar presente apenas em produtos obtidos pela ordenha (com exceção aos extratos obtidos de amêndoa e coco).
As bebidas mais consumidas são: soja, amêndoa ou castanha-de-caju, arroz, coco e aveia. Podendo haver variações quanto ao sabor, adição de outros ingredientes, ou a união de dois substratos (aveia com coco, por exemplo).
Diante dessa mudança de comportamento alimentar, um novo desafio é destinado aos nutricionistas: educar a população acerca dos substitutos realmente adequados e disponíveis no mercado alimentício. Para tanto, trouxemos dois pontos que são chaves para auxiliar na sua prescrição.
- Qual é a restrição ?
É importante entender a motivação por trás da substituição. Muitos desejam trocar o leite animal por bebida vegetal por aderência à alimentação vegana ou vegetariana. No entanto, essas alternativas também podem ser indicadas em caso de hipersensibilidades alimentares.
Em caso de alergia à proteína do leite, em geral, não deve haver o uso do leite de outros animais como ovelha, cabra ou búfala. As bebidas vegetais naturalmente não contém lactose, podendo também ser indicada para esse público.
Caso algum controle glicêmico seja necessário, as melhores opções seriam aveia (IG = 59), pela presença da beta-glucana ou soja (IG 47-61) ou amêndoa (IG 49- 64); evitando-se a de arroz ou de coco.
Para todos os casos de substituição, vale avaliar a necessidade de suplementação ou complementação de cálcio e vitaminas com complexo B, principalmente a B12.
- Qual é a demanda ?
Aqui será avaliada tanto a necessidade nutricional quanto o hábito de consumo.
Considere a composição nutricional do leite a ser substituído. O leite de vaca, por exemplo, é rico em carboidratos (lactose), gorduras, proteínas, vitaminas do complexo B, retinol, carotenóides e minerais, com destaque para o cálcio.
Caso a substituição vise manter a ingestão de tais nutrientes, como acontece com o cálcio, é importante que o produto a ser indicado contenha valores relevantes desse mineral. Também oriente a importância de complementar a alimentação ao longo do dia com vegetais folhosos verdes escuros, leguminosas e oleaginosas.
No entanto, pode ser que a demanda seja um desejo de dar continuidade no consumo do “leite”, nesse caso outros produtos podem ser indicados ao paciente considerando as suas preferências e formas de consumo das bebidas vegetais no dia a dia.
As preferências variam de acordo com palatabilidade de cada um, por isso, vale a análise de diferentes produtos até que o paciente encontre o que mais lhe agrada, mas sempre tendo atenção para a composição nutricional.
Caso optem por prepará-las em casa seguem sugestões:
Encontre mais receitas em: http://paveg.com.br/leites-vegetais/
O papel do profissional de nutrição é essencial para a escolha e substituição dos leites e bebidas de forma adequada. Deve também haver atenção aos casos que necessitam de suplementação ou complementação nutricional.
Até mais!