Atualidades, Nutrição Materno-Infantil

Amamentação: o papel do nutricionista como educador da saúde

O aleitamento materno, além de nutrir adequadamente a criança, também reduz a morbimortalidade infantil e o desenvolvimento de doenças comuns na infância, como distúrbios gastrointestinais e pneumonias. Além disso, contribui fortemente para a formação do vínculo afetivo profundo entre o binômio mãe-lactente.

Por todos esses e outros benefícios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde brasileiro preconizam que o aleitamento, principalmente de forma exclusiva, seja oferecido até os seis meses de idade da criança, podendo ser estendido até os 2 anos, em conjunto à alimentação complementar.

Os nutricionistas como educadores em saúde podem exercer diversas influências positivas, por exemplo:

  • Conhecer a história de vida materna e familiar, podendo nortear melhor a conversa e motivá-la a manter a amamentação; 
  • Conversar sobre a oferta de bico/chupeta, pois podem causar confusões de bico e interferir na alimentação do bebê, inclusive, na interrupção do aleitamento;
  • Incentivar que o parto seja realizado em um Hospital Amigo da Criança, para que a interação mãe e filho seja o mais próximo possível no parto; 
  • Educação prática de gestantes e puérperas sobre o processo da pega e a amamentação

Outras observações nutricionais importantes: 

  • Os intervalos entre as mamadas são geralmente menores em bebês em aleitamento materno exclusivo, diferentemente de bebês que recebem fórmulas infantis, pois o leite materno apresenta digestibilidade mais rápida;
  • É muito importante que o bebê esvazie uma mama antes de oferecer a outra, garantindo que o consumo do leite anterior e posterior; 
  • Caso a mãe apresente trauma mamilar, mastite ou ingurgitamento, a posição ideal a ser orientada é a invertida – a cabeça do bebê fica apoiada na mão da mãe, o antebraço apoia o corpo do bebê e a barriga do bebê permanece encostada na mãe; o braço que segura o bebê é o mesmo lado da mama oferecida; 
  • Já a posição cavaleiro pode ser indicada em casos de bebês prematuros, sonolentos, com lábio leporino, fenda palatina, com refluxo gástrico e obstrução nasal;
  • Para as mães que precisam retornar ao trabalho fora de casa, a retirada e o armazenamento correto do leite devem ser orientados. 

Conforme os estudos indicam, a educação sobre o aleitamento materno desde o pré-natal é essencial, e deve ser continuado após o parto; quando a amamentação se concretiza surgem dúvidas, dificuldades e ansiedades maternas que podem interferir no sucesso da amamentação. 

Para o nutricionista é muito interessante ter conhecimento sobre a rotina de seus clientes. Pois, antecipar situações difíceis, apresentar soluções e oferecer orientações adequadas diante de diferentes cenários, pode ser o caminho mais eficaz para motivar a continuidade da amamentação. 

Até mais! 

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Gessandro Elpídio Fernandes et al. Dificuldades iniciais com a técnica da mamada e impacto na duração do aleitamento materno exclusivo. Rev. Bras. Saude Mater. Infant.,  Recife ,  v. 18, n. 3, p. 517-526,  set.  2018. http://dx.doi.org/10.1590/1806-93042018000300005

CIRICO, Michelli Oliveira Vani; SHIMODA, Gilcéria Tochika; OLIVEIRA, Rebeca Nunes Guedes de. Qualidade assistencial em aleitamento materno: implantação do indicador de trauma mamilar. Rev. Gaúcha Enferm.,  Porto Alegre ,  v. 37, n. 4,  e60546,    2016 .    http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.04.60546

MORAES, Bruna Alibio et al . Fatores associados à interrupção do aleitamento materno exclusivo em lactentes com até 30 dias. Rev. Gaúcha Enferm.,  Porto Alegre ,  v. 37, n. spe,  e2016-0044,    2016 .   http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.esp.2016-0044

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