Edulcorantes são substâncias com potencial de adoçar preparos, classificadas e regulamentadas como aditivos; podem estar na composição de produtos e suplementos alimentares, ou serem vendidas separadamente (1, 2).
O principal objetivo com o uso de edulcorantes, ou seja, adoçantes, é a substituição do açúcar na alimentação. No entanto, ao longo dos anos, questionamentos científicos surgiram sobre a segurança de certas substâncias e os riscos para a saúde no longo prazo (3).
Confira a seguir o resumo de uma revisão publicada na Nutrients que avaliou as atuais evidências acerca do edulcorante eritritol, atualmente muito utilizado e considerado como “saudável”.
Introdução
Em uma pesquisa com consumidores, no ano de 2015, o mel estava classificado no topo da lista como “mais saudável”, acima do açúcar de coco, estévia, agave e adoçante da fruta-dos-monges (monk fruit). Adoçantes como eritritol, xilitol, sacarina e aspartame estavam no fim da lista.
A classificação desses consumidores partiu de uma percepção que ao ser “mais natural”, uma substância seria “mais saudável”. No entanto, ser natural ou artificial são características que correspondem ao processamento de tais edulcorantes; não a sua saudabilidade.
Apesar da percepção e consumo sobre o eritritol ter mudado nos últimos anos, se tornado mais consumido e considerado saudável, ainda há questionamentos a serem esclarecidos.
Resultados e discussão
- Produção: Eritritol é naturalmente encontrado em frutas, como melão, melancia, uvas, ou alimentos fermentados. Também é produzido de forma endógena, a partir de glicose pela via das pentoses-fosfato. Comercialmente a produção acontece via fermentação de monossacarídeos (glicose, frutose, xilose, etc), com novas tecnologias implementadas a cada ano.
- Segurança: Os órgãos regulamentadores afirmam que não há riscos toxicológicos, reprodutivos, mutagênicos ou carcinogênicos quanto ao uso de eritritol. Os sintomas gastrointestinais, com o consumo de polióis, acontecem pela retenção de água no intestino, por efeito osmótico, e pela fermentação do que não foi absorvido/excretado. Doses de até 1g/kg/dia são bem toleradas.
- Metabolismo: Todos os polióis são metabolizados de maneira similar, absorvidos no intestino delgado e excretados, de 80 a 90%, via urina. Há estudos que sugerem que parte não excretada é oxidada, em eritritose e eritronato. O eritritol apresenta apenas quatro carbonos em sua composição e peso molecular inferior a outros polióis, por isso é absorvido com maior rapidez e não apresenta tanto desconforto gastrointestinal comparado a outros polióis.
- Efeitos para a saúde: Apresenta capacidade de inibir a formação de placa dentária, com maior efetividade que o sorbitol ou xilitol. O consumo de grandes doses, 20 a 75 g, não impactou nos níveis de glicose ou insulina. Há investigações sobre um potencial efeito na saciedade. Não apresenta riscos metabólicos, até o momento.
Conclusão
Eritritol é uma substância naturalmente encontrada, com segurança comprovada e um adoçante não calórico. Comparado a outros polióis, xilitol e sorbitol, não causa tantos efeitos gastrointestinais.
Pode ser utilizado como substituto ao açúcar, pois o seu consumo não gera aumento da glicose ou insulina. Apesar de estudos de longo prazo ainda serem escassos, até então, apresenta-se como uma boa alternativa, em comparação aos edulcorantes artificiais.
Confira o artigo em questão na íntegra acessando: https://www.mdpi.com/2072-6643/15/1/204
Até mais,