Atualmente, a estratégia jejum intermitente vem ganhando popularidade. Apesar de já existir há milhares de anos por razões religiosas e ambientais, os estudos vêm se aprofundando nos últimos anos. A estratégia consiste em realizar restrição do consumo calórica em um determinado período de tempo.
De maneira genérica, o mecanismo de ação está na depleção das reservas de glicogênio dos músculos e fígado, forçando a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, que serão oxidados no fígado mantendo o fornecimento de energia. Alguns dos benefícios relacionados a exposição repetida a falta de glicose, já estão bem estabelecidos, como o aumento na expressão de genes relacionados com emagrecimento, autofagia e longevidade, ou seja: aumenta a expressão de antioxidantes, reduzindo estresse oxidativo, melhorando aspectos cognitivos e o reparo do DNA, aumentando biogênese mitocondrial, cetoadaptação, a regulação negativa da inflamação com redução do LDL colesterol, reduzindo a resistência a insulina e com isso garantindo a homeostase da glicose, e consequentemente reduzindo o risco de doenças crônicas não transmissíveis. Essas respostas sistêmicas são transportadas para os períodos de alimentação melhorando o desempenho mental e físico.
Quando utilizado para melhora da saúde de forma geral, alguns protocolos são mais comuns, como a exclusão da alimentação por 16, 18 ou 20 horas, alimentando-se nas horas restante. A dieta na janela de alimentação pode variar de inúmeras maneiras, como por exemplo de acordo com: o valor calórico – que pode ou não ser controlado; com o ajuste de macronutrientes – que também pode ser mias uma estratégia utilizada para acelerar a depleção dos estoques de glicogênio; e qualitativamente – priorizando carnes, legumes e verduras e frutas evitando-se ao máximo produtos industrializados. A frequência da realização dos períodos de jejum também é variável.
Apesar de apresentar inúmeros benefícios, alguns pontos devem ser observados e acompanhados por um profissional a fim de evitar riscos relacionados a deficiências nutricionais de macro e micronutrientes, hipoglicemia em pacientes com uso de medicamentos específicos, alterações hormonais em indivíduos que já apresentam doenças pre-existentes.
Referências
Effects of Intermittent Fasting on Health, Aging, and Disease, 2019
Impact of intermittent fasting on health and disease processes, 2017
Intermittent Fasting in Cardiovascular Disorders—An Overview, 2019
Clinical Management of Intermittent Fasting in Patients with Diabetes Mellitus, 2019
Rethinking fat as a fuel for endurance exercise, 2014