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Estratégias Nutricionais no Tratamento de Lúpus

A última segunda-feira (10/05) foi o Dia Mundial do Lúpus. Pensando nisso, o blog de hoje será sobre o papel do nutricionista no tratamento multiprofissional em indivíduos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). 

Lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, a sintomatologia varia de acordo com as fases de atividade e remissão. O desenvolvimento é decorrente da interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais (1).

O tratamento é individualizado e dependente dos sintomas apresentados, inclui intervenção farmacológica para modulação das alterações imunológicas e controle de possíveis comorbidades, como hipertensão e dislipidemia.  

Por ser uma doença crônica é essencial que o tratamento seja o mais integrativo possível, contando com o apoio de outros profissionais, como um psicólogo, educador físico e nutricionista. 

E qual o papel da nutrição e alimentação no LES?

A atuação do nutricionista será de atender as demandas alimentares desse paciente, associadas ou não ao LES, mas sempre orientando uma alimentação mais equilibrada, além de propor intervenções que possam vir a amenizar possíveis sintomas.  

Estratégias podem ser utilizadas para promover um consumo alimentar próximo ao adequado, mesmo com alterações no apetite características do tratamento, além da prevenção e controle de comorbidades, como hipertensão, nefrite lúpica e dor articular. 

Estratégias nutricionais

  • Monitoramento dos níveis de vitamina D: os níveis séricos de vitamina D são impactados com a redução à exposição solar para evitar as lesões cutâneas. A sugestão é a manutenção acima de 30ng/mL; 
  • Prevenção ou controle de outras comorbidades: quadros de dislipidemia, diabetes, obesidade, hipertensão e osteoporose podem estar presentes na LES. A orientação alimentar precisa ser condizente com as condições clínicas apresentadas; 
  • Atenção para alterações no apetite, humor e variação no peso: ajustes na densidade calórica das refeições podem ser utilizadas para manter um consumo alimentar próximo às necessidades; 
  • Interação medicamentosa: corticóides podem impactar no apetite, ou causar sintomas de inchaço em algumas pessoas, orientações para amenizar a retenção de líquidos podem ser realizadas. 

É importante ressaltar que esse é um quadro clínico complexo, o nutricionista estará como participante de uma terapia complementar, mas toda orientação deve estar de acordo com a conduta médica vigente.

Para o tratamento nutricional é essencial que a autonomia alimentar seja promovida, assim os benefícios de uma alimentação saudável podem ser levados para a vida. 

Até mais! 

REFERÊNCIAS

  1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA (SBR). Orientações ao Paciente – Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) Cartilha da SBR, 2011. https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/lupus-eritematoso-sistemico-les-cartilha-da-sbr/ 
  2. FANOURIAKIS, A. et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis, 1-10, 2019. 10.1136/annrheumdis-2019-215089 
  3. MEDEIROS M. C. et al. Dietary intervention and health in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the evidence. Critical rev food science nutrition, v. 59, n. 16, p. 2666-2673, 2018. https://doi.org/10.1080/10408398.2018.1463966
  4. KLUMB, E.M. et al. Consenso da sociedade brasileira de reumatologia para o diagnóstico, manejo e tratamento da nefrite lúpica. Rev Bras Reumatol, v. 55, n. 1, p. 1-21, 2014. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.09.008
  5. SOUSA, J. R. et al. Effect of vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Rev Bras Reumatol, v. 57, n. 5, p. 466-471, 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbre.2017.08.001

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