A prática da atividade física está intimamente atrelada com a melhora global da saúde, sendo benéfica no controle de doenças cardíacas, diabetes, câncer e depressão (1).
Uma rotina ativa impacta na composição corporal e no melhor manejo de doenças como diabetes, por exemplo.
Inclusive, a mesma pode impactar até na saúde intestinal. Uma recente revisão avaliou o impacto da atividade física na microbiota intestinal de adultos mais velhos. Confira!
Introdução
A população tem envelhecido e também se tornado fisicamente inativa; estima-se que idosos passam de 65% a 80% do tempo sentados. Esse é um fator alarmante, ao considerar as consequências do sedentarismo.
Recentemente, os achados científicos têm demonstrado que a atividade física também pode melhorar a microbiota intestinal, afetando a biodiversidade e composição da mesma; sendo uma prática impactante para o processo de envelhecimento.
Envelhecer causa uma natural redução de bifidobactérias e lactobacilos, e um aumento de proteobactérias e bacteroidetes; além de ter a sua produção de metabólitos, como o butirato, reduzida.
Essa revisão buscou avaliar o impacto da atividade física em benefício da microbiota intestinal em adultos mais velhos.
Metodologia
Para a seguinte revisão foram selecionados estudos com adultos mais velhos (>60 anos), tanto observacionais, quanto de intervenção com controle randomizado. Para a avaliação da microbiota intestinal foram considerados fatores como a composição taxonômica, abundância e a diversidade bacteriana.
Resultados
Segundo os estudos, a prática de atividade física aumentou a abundância de Actinobactérias e reduziu de Firmicutes. Na avaliação final, quando todos os resultados foram unificados, Firmicutes apresentaram maior diferença, seguidos de Proteobactérias, Bacteroidetes, Actinobactérias e Verrucomicrobia.
Em relação à diversidade alfa, nenhum dos estudos encontrou alterações. Já nos resultados para a diversidade beta, alguns não encontraram diferenças, um encontrou uma relação fraca e outros encontraram diferenças significativas.
Outras contradições também foram encontradas nos estudos avaliados, as quais podem ser melhor observadas nas tabelas 2 e 3 apresentadas no artigo em questão.
Discussão
A prática de atividade física foi associada, segundo os estudos avaliados, com mudanças nos filos predominantes na microbiota intestinal, com aumento de Actinobactérias e a redução de Firmicutes.
É necessário que mais estudos de intervenção sejam realizados, com uma ampla amostra e variados tipos de exercício físico. Também é importante que os estudos procurem avaliar os mesmos parâmetros, sem esquecer de outros que influenciam na composição da microbiota, como a dieta, composição corporal, ingestão de álcool ou tabaco.
Conclusão
É possível sugerir que a prática de atividade física tem um potencial positivo na microbiota intestinal de adultos mais velhos, podendo ser uma prática benéfica para o envelhecimento.
No entanto, a quantidade limitada de estudos, as diferenças metodológicas e de amostragem não possibilitaram um consenso no assunto.
É necessário que mais estudos sejam realizados sobre os efeitos do exercício e atividade física para a microbiota intestinal, de adultos e pessoas idosas.
Acesse o estudo na íntegra clicando aqui.