O conceito de envelhecimento bem-sucedido foi descrito em 1997 por um pesquisador, o qual indicava uma combinação de longevidade e saúde com bem-estar físico, mental e social. Desde então, outros estudiosos têm se aprofundado no assunto para entender quais são os determinantes e indicadores para tal fenômeno.
A revisão em questão teve o objetivo de reunir as evidências mais recentes, a partir de estudos longitudinais, para apresentar evidências atualizadas e uma visão mais panorâmica do tema; além de indicar fatores ainda não esclarecidos e guiar futuras pesquisas.
Materiais e Métodos
A busca das publicações aconteceu entre agosto de 2016 e junho de 2023, com o propósito de avaliar artigos publicados após a última revisão realizada sobre o tema em 2016.
Foram incluídos apenas estudos longitudinais e que seguiam a definição proposta de Rowe and Kahn para “envelhecimento bem-sucedido”.
Resultados e Discussão
Inicialmente foram encontradas 3.191 publicações, 289 foram selecionadas para análise e 22 foram incluídas na presente revisão.
A maioria dos estudos apresentaram amostras mistas, com homens e mulheres, e participantes acima de 45 anos. O tempo de acompanhamento variou entre 5 e 36 anos. Quanto à representatividade geográfica, grande parte foi realizada em países da Europa e nos Estados Unidos.
O estudo em questão apresentou, em formato de quadro, os determinantes positivos, negativos e neutros a partir dos aspectos sociais e demográficos, nutricionais e de estilo de vida, saúde metabólica, autopercepção da saúde e psicológicos.
Ainda nos fatores dietéticos, foram observados os seguintes fatores positivos:
- Alto consumo de frutas, verduras, peixes e cereais;
- Ingestão moderada de carne vermelha;
- Alto consumo de fibras, ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, EPA e DHA;
Quais seriam os determinantes negativos, ou seja, que exercem impacto negativo na trajetória de um envelhecimento saudável?
- Social e demográficos: apresentar dívidas ou condição financeira instável, etnicidade (negros ou hispanos);
- Estilo de vida e dietéticos: tabagismo, obesidade ou sobrepeso, alta ingestão calórica, alto consumo alimentar de carne vermelha, açúcar, bolos ou biscoitos e drinks sem álcool;
- Saúde metabólica: alto nível de colesterol total e de PCR, síndrome metabólica.
Conclusão
Em geral, apresentar um status socioeconômico mais elevado, aderência à dieta baseada em plantas (como a mediterrânea), não fumar, ser fisicamente ativo e metabolicamente saudável são fatores associados positivamente com um envelhecimento saudável.
Estudos mais recentes incluíram otimismo, planos para o futuro e a “sensação de ser útil” como fatores psicológicos e de bem-estar relevantes.
É esperado que mais trabalhos de investigação sobre o tema sejam desenvolvidos, além do desenvolvimento de políticas de promoção da saúde que levem tais fatores em consideração.
Confira o artigo na íntegra: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38074742
Até mais!