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Artigo Científico: Tratamentos para Síndrome do Intestino Irritável – Parte 2

No texto de hoje vamos conhecer mais sobre os possíveis tratamentos para pacientes com Síndrome do Intestino Irritável. 

Retomamos a análise de um artigo que avaliou o papel que a microbiota intestinal na SII, com a explicação da eficácia de probióticos, prebióticos, simbióticos e do transplante de microbiota fecal.

Apenas relembrando, a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma condição crônica de saúde muito comum entre as doenças gastrointestinais; caracterizada por dores recorrentes, distensão abdominal e hábito intestinal irregular. 

Os tratamentos convencionais focam na redução do sintoma e no uso de medicamentos como loperamida para diarreia e laxativos para constipação. 

Por isso, conforme as pesquisas avançam, probióticos e similares ganham espaço como possibilidade de tratamento; já que impactam na regulação da microbiota intestinal, dores e distensão abdominal.

Vamos avaliar quais as evidências para os principais tratamentos complementares existentes? 

Probióticos 

Analisando os estudos incluídos, vinte e dois foram realizados com um mix de probióticos, enquanto onze foram com Lactobacillus ou combinações e nove com Bifidobacterium ou combinações; em outros utilizaram Bacillus, Saccharomyces,Clostridium and Escherichia. Coli.

O consumo de probióticos mostrou uma melhora significativa nos sintomas em comparação com uso de placebo, principalmente quando combinados. Esse resultado foi obtido por uma análise de 36 estudos, com grupo controle e uso de placebo.  

Constaram melhora na dor, como também na qualidade de vida dos pacientes avaliados – através de um questionário que avaliou dor abdominal, sintomas extra-intestinais e crises da doença. 

No caso de distensão abdominal, algumas combinações demonstraram maior efeito: Lactobacillus rhamnosus, Propionibacterium freudenreichii, Propionibacterium shermanii, e Bifidobacterium (42), Bifidobacterium com Lactobacillus (75) e Lactobacillus com Lactobacillus acidophilus (40). 

Prebióticos 

Sete estudos foram incluídos e analisados, em todos não houve diferença significativa nos sintomas (dor e distensão abdominal) com uso de prebióticos. Três estudos identificaram melhora na qualidade de vida – através dos questionários respondidos.

Simbióticos

Dos sete estudos incluídos na análise, cinco não apresentaram melhoras significativas. Para os sintomas individuais também não foram encontrados resultados estatisticamente relevantes.

Transplante de microbiota fecal 

Seis estudos foram analisados, em cinco os resultados indicaram uma melhora significativa dos sintomas, em comparação com placebo. Quanto aos sintomas individuais após as intervenções, dois estudos apresentaram melhora na dor abdominal, enquanto apenas um demonstrou melhora significativa na distensão. 

Conclusão

Para a melhora dos sintomas analisados, o uso de probióticos e o transplante de microbiota fecal foram os tratamentos com melhores resultados. Enquanto simbióticos e prebióticos não apresentaram diferenças significativas. 

Mais estudos são necessários para avaliar e definir combinações de probióticos e dosagens que promoveriam impacto positivo nos sintomas e melhora da qualidade de vida. 

Confira o artigo na íntegra: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38999862/

Até mais!

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