Nutrição Materno-Infantil

Aleitamento materno, imunidade e COVID-19

Na próxima segunda-feira inicia-se a Semana do Aleitamento Materno em função do Agosto Dourado. início 

Os benefícios do aleitamento materno, para a mãe e a criança, durante a primeira infância e na vida adulta já são amplamente comprovados. Mas, durante a pandemia da COVID-19 entrou-se em discussão a segurança da prática para o neonato. 

Por isso, trouxemos um recente estudo que avaliou o que há de atual quanto ao risco de transmissão do SARS-CoV-2 pela amamentação, assim como os fatores protetores contra a COVID-19 presentes no leite materno. 

Introdução

Durante a pandemia a continuidade do aleitamento materno foi encorajada por órgãos oficiais, porém a segurança da mesma foi questionada por alguns profissionais da saúde. 

Há limitada evidência sobre a transmissibilidade do vírus pelo leite materno. Inclusive, foi encontrado anticorpos IgA contra SARS-CoV-2 no leite materno de mães positivas para COVID-19, indicando possível proteção aos neonatos à futura exposição ao vírus. 

Métodos

A revisão seguiu os critérios PRISMA, coletando artigos originais e relatos de casos também, considerando a atual escassez no tema. Todos foram realizados em humanos e datados do ano de 2020. 

Resultados e Discussão

Os resultados encontrados foram classificados em quatro categorias:  

  • Mães diagnosticadas antes ou após o parto: apesar de algumas mães terem sido privadas do primeiro contato após o parto, aquelas em condições clínicas estáveis foram incentivadas a amamentar;
  • Lactante positiva para a doença, lactente negativo: a amamentação foi incentivada, mas com medidas preventivas contra a infecção do lactente (uso de máscara, lavagem das mãos, desinfecção das superfícies e materiais usados e lavagem das mamas com água e sabão). Em casos mais graves o leite materno deveria ser oferecido de forma ordenhada;
  • Ambos positivos para a doença: o aleitamento materno foi encorajado, com sugestão de futuros estudos sobre o papel protetor dos anticorpos maternos. 
  • Lactante negativa e lactente positivo: houve orientação de permanecer em quarentena, com continuidade à amamentação, nos casos avaliados a mãe permaneceu negativa para a doença. 

O leite materno contém em sua composição diversos fatores anti inflamatórios que concedem proteção ao neonato, podendo destacar glicoproteínas, lactoferrina, macrófagos, neutrófilos, linfocitos e anticorpos IgG e IgA maternos. 

Conclusão

O aleitamento materno promove proteção adequada contra diversos patógenos, como o vírus, principalmente por ação no anticorpo IgA.

Ainda é necessário investigar a produção de anti-SARS-CoV-sIgA e transferência ao neonato. No entanto, há recomendação da continuidade do aleitamento materno, seguindo as medidas de proteção propostas.  

Para acesso ao artigo na íntegra acesse esse link 🙂

Boa leitura, até mais! 

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