Existem diversas evidências na literatura científica sobre os benefícios do azeite de oliva extravirgem, especialmente no contexto da Dieta Mediterrânea. Esses benefícios são associados ao perfil lipídico do azeite, caracterizado por um alto teor de ácido oleico (um ácido graxo monoinsaturado do tipo ômega‑9).
Além disso, os polifenóis presentes no azeite, com concentrações mais elevadas se for extravirgem, desempenham um papel fundamental para a prevenção de doenças cardiovasculares, por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
A revisão sistemática em questão teve como objetivo reunir estudos, com metodologia robusta e relevância científica, que avaliaram os benefícios do consumo de azeite de oliva extravirgem e o impacto na prevenção de doenças cardiovasculares. Confira o nosso resumo a seguir!
Metodologia
Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, realizados em humanos, publicados entre 2005 e 2025, que apresentaram como intervenção a suplementação de azeite de oliva extravirgem para análise de biomarcadores cardiometabólicos. Foram excluídas revisões, meta-análises, estudos com animais e com análise de doenças não relacionadas à saúde cardiovascular.
Resultados
Na pesquisa inicial 475 estudos foram encontrados, mas apenas 17 atenderam aos critérios estabelecidos e foram incluídos na revisão sistemática. Os desfechos analisaram os efeitos do azeite de oliva extravirgem, ofertado de forma isolada ou combinado a tratamentos farmacológicos, na redução do risco cardiovascular.
Os dados foram categorizados por faixa etária, divisão que permitiu distinguir entre pacientes mais jovens e mais idosos. As faixas etárias analisadas incluíram: maiores de 18 anos; entre 20 e 80 anos; entre 38 e 55 anos; maiores de 55 anos; média de 67,3 anos; e maiores de 80 anos.
Nos estudos a quantidade suplementada foi variada: 20-30mL/dia, 40mL/dia, 50mL/dia fracionada e 60mL/dia. Alguns estudos também comparam os desfechos ofertando diferentes tipos de azeite de oliva, com menor ou maior teor de compostos fenólicos.

Conclusão
Conclui-se, com base nos estudos revisados, que o consumo de azeite de oliva extravirgem (entre 20 e 60 mL/dia) desempenha um papel fundamental na prevenção de eventos cardiovasculares recorrentes.
Esses benefícios são atribuídos ao elevado teor de polifenóis do azeite extravirgem e às suas potentes propriedades antioxidantes. A eficácia foi observada em estudos que compararam azeites com diferentes concentrações de compostos fenólicos.
Os polifenóis em questão contribuem especificamente para a melhora da função do HDL, redução dos níveis de LDL oxidado, dos peróxidos lipídicos e da pressão arterial sistólica.
A inclusão do azeite de oliva extravirgem em uma dieta equilibrada é uma estratégia simples e eficaz, reforçando a importância da alimentação na prevenção de doenças crônicas e promoção da saúde cardiovascular.
No entanto, ainda são necessários estudos clínicos multicêntricos, com maior diversidade populacional, para validar e aprofundar essas evidências científicas.
Leia o artigo na íntegra: https://www.mdpi.com/2072-6643/17/11/1843
Até mais!