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Artigo Científico: Insegurança Alimentar e a Deficiência de Micronutrientes entre Adultos

A insegurança alimentar é definida por falta de acesso regular, permanente e irrestrito a alimentos seguros e de qualidade; em quantidade e qualidade adequadas para cada um, considerando também a cultura alimentar local (1). 

No Brasil, os dados mais recentes apontam que 70,3 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar, que pode ser moderada ou severa. Os principais grupos que vivem em vulnerabilidade são: populações rurais, povos indígenas e a comunidade de baixa renda (2). 

Confira no texto de hoje o resumo de um artigo científico que avaliou a existência de associação entre insegurança alimentar e a deficiência de micronutrientes entre adultos. 

Introdução

De acordo com a FAO, em 2021, estima-se que 40,6% da população (268 milhões de pessoas) enfrentava algum nível de insegurança alimentar. A deficiência de micronutrientes está muito atrelada a esse contexto, além de ser mais um agravante ao estado de saúde. 

As principais deficiências nutricionais são de ferro, iodo, zinco, folato e vitamina A; as quais têm impacto em funções corporais, na capacidade de aprendizagem e na produtividade.  

O presente estudo avaliou se existe associação entre insegurança alimentar e a deficiência de micronutrientes em adultos, com o propósito de mensurar a importância de tal avaliação para a saúde pública. 

Métodos 

Foi realizada uma revisão sistemática de meta-análise, baseada no protocolo PRISMA. Nos artigos selecionados a amostra era adulta, homens e mulheres, com a avaliação de micronutrientes realizada por exames bioquímicos nos indivíduos. 

Resultados e Discussão 

Foram selecionados dezoito artigos, todos com modelo transversal e publicados entre 2001 e 2022. Demonstrou-se associação entre insegurança alimentar com a deficiência de micronutrientes em 16 estudos.  

Em sua maioria, 94% (n = 17), os estudos avaliaram a deficiência de ferro, a hemoglobina como marcador escolhido, mas alguns também incluíram ferritina e transferrina. Anemia foi um resultado presente em 

Há poucos artigos que avaliam, em um contexto de insegurança alimentar, as deficiências nutricionais por meio de exames bioquímicos em adultos. Inclusive, esses estudos são mais encontrados com crianças na literatura. 

No entanto, é um tema muito importante a ser estudado, além de monitorado, se possível. Já que a desnutrição proteico-energética e/ou a deficiência de micronutrientes (fome oculta) é um fator de risco para o desenvolvimento de algumas doenças, ou para a redução da produtividade e disposição. 

Os testes bioquímicos são indicadores diretos, mais propensos a serem utilizados em análises individuais. Para a população em geral, tal avaliação pode ser feita através da análise do consumo alimentar, apesar de ser uma ferramenta indireta e apresentar maior potencial de erro, pode ser eficaz. 

A avaliação do estudo em questão apresenta algumas limitações, como: não considerar a presença de outros fatores relacionados à deficiência de micronutrientes, não podendo estabelecer uma relação de causa e efeito, apenas de associação. 

Além disso, na maioria, a amostra era composta por mulheres, as quais são mais vulneráveis para deficiências nutricionais. 

Conclusão 

Uma associação, nos estudos revisados, entre insegurança alimentar e deficiência de micronutrientes foi encontrada, especialmente para ferro e vitamina A. 

Os dados encontrados indicam a importância de avaliar a existência de deficiências nutricionais entre a população, pois as mesmas podem causar custos sociais e econômicos ao país. 

Confira o artigo na íntegra aqui: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10005365/

Até mais!

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